segunda-feira, 26 de junho de 2006

Portugal do pequeninos II

Os portugueses tem uma evidente dificuldade em elogiar terceiros. Como se já não bastasse tamanha falta de simplicidade, existe uma tendência sagaz do português para substituir o elogio, por um comentário que tem como objectivo principal, ser parvo.
Imaginemos um cenário em que certo habitante de terra lusa é galardoado com prémio Nobel.
O primeiro comentário digno de um português de gema é o seguinte “Então António, vi te, lá naquilo da academia Sueca. Tenho que te dizer uma coisa, que gravata era aquela?”
Peritos em desvalorizar o outro, servem-se de expressões como naquilo para liquidar qualquer hipótese de mérito e, rematam com a escolha de um tema (neste caso a gravata) que tem como intuito escamotear a falta de à vontade em lidar com o sucesso alheio.
SM