Portugal do pequeninos II
Os portugueses tem uma evidente dificuldade em elogiar terceiros. Como se já não bastasse tamanha falta de simplicidade, existe uma tendência sagaz do português para substituir o elogio, por um comentário que tem como objectivo principal, ser parvo.
Imaginemos um cenário em que certo habitante de terra lusa é galardoado com prémio Nobel.
O primeiro comentário digno de um português de gema é o seguinte “Então António, vi te, lá naquilo da academia Sueca. Tenho que te dizer uma coisa, que gravata era aquela?”
Peritos em desvalorizar o outro, servem-se de expressões como naquilo para liquidar qualquer hipótese de mérito e, rematam com a escolha de um tema (neste caso a gravata) que tem como intuito escamotear a falta de à vontade em lidar com o sucesso alheio.
SM