quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Ar vago

Com o excesso de tempo que tenho para me concentrar em temas inócuos, eis que surge mais um.
A resposta inteligente é perfeitamente substituível. Ora, se alguém não reunir capacidades para argumentar sobre algum tema, não é obrigado a fazer má figura.
Felizmente, existem expressões que nos dão a oportunidade de ficarmos com um ar vago, ou seja, o ar vago é o substituto natural da resposta inteligente.
Quando alguém nos lança um repto para comentarmos o actual conflito entre Israel e Palestina, temos duas alternativas: a resposta inteligente ou o ar vago, ambas credíveis, contudo o ar vago é menos cansativo. Exemplo de expressões que se atribuem a um ar vago:
- Porque Israel isto, e se reparares Palestina aquilo, não achas?
-“ Não propriamente”. É sem dúvida a expressão que representa o baluarte do ar vago, simples e misteriosa.
-“Talvez, talvez”. Tem uma elevada taxa de vago, porém pode ser perigosa, pois este advérbio lança a dúvida, quase como que pedindo uma contra-resposta. Não podemos esquecer que o objectivo do ar vago é numa só resposta parecer-se inteligente.
-“ Isso é uma questão antiga”. É talvez a menos utilizada, mas se for acompanhado de uma expressão facial de cansaço, pode transmitir experiência na matéria.
SM