terça-feira, 7 de agosto de 2007

Festival Sudoeste: apontamentos


A aventura começa na autêntica odisseia que é chegar ao Festival sem nos perdermos pelo menos uma vez. Quando uma das indicações é “chegas ao Cercal e viras à direita”, das duas uma: Ou estamos no concurso “Caça ao Tesouro” ou andamos à procura de um queijo curado diferente dos outros.

A primeira coisa a fazer quando se chega à Herdade Branca – recinto do festival – é trocar o bilhete por uma pulseira (sinal menos para a simplicidade desta, não há uma missanga, um diamante) que nos permite entrar e sair sem termos de dar satisfações a ninguém. Esta liberdade que a pulseira oferece só é válida quando se está no recinto do sudoeste, portanto, não se admirem se forem impedidos de acampar nos jardins da Gulbenkian.

A zona do campismo reporta-me para aquelas reportagens sobre os campos de refugiados em África. Aliás, estou em crer, que por uma questão de logística, as imagens destes campos de refugiados, que costumam figurar na rubrica “no comments” do programa Euronews, são gravadas durante festival.

A questão da poeira e do pó, aliada à questão do vento e das rabanadas de vento, são questões sintomáticas da necessidade de se acrescentar um elemento à lista de coisas a levar sem falta: Máscara – Se está a pensar que é ridículo usar máscara durante o Festival, só por causa do pó, imagine pessoas que usam máscara para passarem na via verde sem serem reconhecidas.

Devia haver tendas que dessem como brinde uma máscara, daquelas que se usaram em Hiroshima e Nagasaki, sobretudo pela questão do pó, mas também podiam ser úteis a partir do segundo dia – quando começam aparecer os primeiros cadáveres. Sobretudo miúdos com menos de 16 anos que descobriram o Baileys pela primeira vez.

Não posso deixar de falar na questão central do festival: a cerveja e as suas dimensões.

Para além da típica garrafa, há cerveja em vários tamanhos, como as pipocas no cinema: tamanho “Sou discreto”, tamanho “Quero muito beber” e tamanho “Não tive educação em casa”. Este último, para além de ser altamente alarve, é estúpido pedir-se, porque com o corrupio do festival, metade é sensatamente dissipado para cima de rastafaris, ou seja, pelo preço de uma “Não tive educação em casa” bebe-se uma “Quero muito beber”.

Depois de devidamente atestados, é altura de rumarmos aos concertos, mas para isso é preciso escolher a qual vamos. Existem três palcos a destacar e uma tenda: Principal (Onde tocam as bandas mais conhecidas), Sudoeste (Onde tocam as bandas um ano antes de serem conhecidas) Reggae (onde tocam as bandas que nunca vão ser conhecidas) e a tenda electrónica (o único local do festival que faz jus ao nome da herdade).

Enfim, é isto.
SM