domingo, 6 de janeiro de 2008

Ode ao Rugby

O jogo colocava, lado a lado, as equipas mais carismáticas da liga nacional de Rugby: Direito, Agronomia e a barraquinha da Sagres.

Fui com o principal objectivo de ver jogar um amigo de longa data, mas, infelizmente e ainda não tinham passado dez minutos de jogo e ele já se encontrava fora do campo devido a lesão. Devo dizer-vos que vai ser muito difícil perdoá-lo, visto que o meu principal objectivo era vê-lo levar com um par de pintons na testa.

O terreno de jogo, devido à chuva, estava deveras lamacento. Tão lamacento e pastoso que quase vos posso jurar que na segunda-parte vi o porquinho chamado babe a ler o “ Rio das Flores” no meio-campo.

Diz-se que o rugby é um desporto de arruaceiros jogado por cavalheiros. Sim e não. Sim, na medida em que de facto o rugby é um desporto de arruaceiros e não, se tivermos em conta que existe um jogador do Direito chamado Adérito. Como todos sabemos um cavalheiro, por norma, chama-se Vasco,Duarte e nunca, mas nunca, Adérito.

O jogo contou com vários ensaios de grande qualidade, mas infelizmente não consegui ver metade, porque estava num estado de estupefacção com o público que assistia ao encontro. Estava distraído a jogar ao “descubra as diferenças” entre as crianças que incentivavam ambas as equipas e o serial killer de Santa Comba Dão.

Nunca fui muito forte neste jogo, mas parece-me que as imagens são muito semelhantes tirando o facto das crianças se vestirem na “Cenoura”.

Aqueles jovens – dos 7 aos 12 – apoiam tanto a sua equipa, incentivam tanto a sua equipa, que ao pé deles o William Wallace é uma das “Doce” sem maquilhagem.”

O rugby continuar a ser um desporto de elites. Apesar da rivalidade entre as duas equipas, quaisquer eventuais desacatos entre as partes estão foram de questão. Não pela rapaziada, mas pelas mães dos jogadores. É que às seis há chá na lapa e não se bate em primos que é feio.

Não posso deixar de falar sobre os pais dos craques, que tem como principal ambição, fazer do árbitro, um episódio do programa do Extreme Makeover, mas em que os métodos de cirurgia se baseiam em cabeçadas de fino recorte. Quando as há, se não também é giro ver as ameaças que fazem aos três árbitros que existem em Portugal.

Tendo em conta a lacuna de árbitros no rugby, podemos afirmar que apupá-los é como dizer ao único esquimó a residir em Portugal – mora ali ao pé do Saldanha – que não é bem-vindo.

Verdade seja dita, vale a pena ir ver mais jogos. Ali há raça, ali há paixão, ali há Portugal e serial killers como menos de doze anos.
SM