terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

lado a lado

A janela era grande, a oportunidade também. Precisava de uma linha, aliás, de duas, se por acaso fosse essa a minha condição. Concentrei-me na que tinha. Era clara, inesperada e não envolvia as palavras Romeu e Julieta. Venha mais um Gin daqueles que são servidos em cálice. Sentia-me numa qualquer loja maçónica. Ainda pensei que fosse por causa dos cem anos do regicídio, mas só não tinham era copos lavados e tiverem de usar as taças para Banana split. A oportunidade era grande, a janela também. Já tinha a linha, já tinha a sequência, já tinha a minha carta. Ás de copas. Dois de Paus. Que se lixe, nunca fui bom em cartas, nunca fui bom em nada.Quer dizer, minto. A parte do não ser bom em nada é para fingir uma modéstia que não tenho. Tenho lido pouco. Sim, tenho preferido a rua. Não, não sou o Valete. Afinal, nunca fui bom em cartas. A janela era grande, já oportunidade… começava a não me parecer grande coisa… Duvido com folha de Excel em punho. Sujo, o bar e eu. O bar limpa-se com um paninho amarelo, o resto não sei.Estava na hora, avancei fixo. Ela estava a alvejar o para lá da janela – troquei a minha linha na hora. Desta vez apetecia-me ganhar. Ei-los, lado a lado e sem olhar.




- um dia tudo isto vai ser nosso -

SM