segunda-feira, 10 de março de 2008

Vidas do Arco da Velha: Margarida Rebelo Pinto

Margarida Rebelo Pinto nasceu em Lisboa a 1965 e actualmente muitos discutem qual o título que melhor lhe assenta: se escritora, se quarentona enxuta. A segunda escolha acaba sempre por ser considerada como óbvia, excepto para as pessoas que nunca leram os seus livros. No entanto, e para facilitar a execução desta biografia, sempre que for necessário vou referir-me a ela como escritora. É uma vez sem exemplo e peço-vos para que sempre que esta situação se verifique, produzam de sequida uma tosse forçada.
Pode ser? Muito bem.
Assim, pouco se sabe sobre a origem da família da escritora. (tossir) Sobre o pai, sabe-se apenas que usava sapatos de berloques. Já a mãe, foi a principal responsável pelo feminismo latente em Margarida. Ou isso, ou uma juventude passada em frente à televisão a ver o Eterno Feminino ou um programa qualquer da Luísa Castel-Branco. Desde muito pequena mostrou ambição de ser escritora (tossir). Depois de questionar os professores do seu curso sobre o seu talento para a escrita, todos responderam por igual: “Sei lá”. Estava assim encontrado o título para o seu primeiro livro, ao mesmo tempo que desenvolvia uma base narrativa para todos os outros. Aliás, essa seria mesmo uma das principais características dos livros de Margarida Rebelo Pinto. A semelhança dos argumentos, personagens, situações e problemáticas de todos os seus livros. Em todos eles, as mesmas situações são repetidas. Todos, menos um: a biografia do Herman José. Antes disto, Margarida estreou-se na escrita, assinando crónicas e reportagens no Independente, Sete e Marie Claire. Quanto a jornalismo a sério, apenas mais tarde, no Diário de Notícias. O seu primeiro romance, vendeu cerca de 130 mil exemplares. Curiosamente, foi nesse mesmo ano que a indústria de acendalhas em Portugal sofreu um dos seus mais forte revezes. Mais tarde, a escritora (tossir) volta a editar romances e aventura-se na concepção de um livro para crianças. No fundo, não era um desafio assim tão grande: Margarida já estava habituada a escrever para pessoas especiais. Em 2006, a escritora (tossir) sofre um forte revés, ao ser confrontada com uma crítica feroz de João Pedro George, onde este – imagine-se – a acusa de escrever sempre a mesma coisa. Na mesma altura, Margarida escreve crónicas para homens na revista Maxmen. Coincidência ou não, desde que alguns homens começaram a ler as ditas crónicas e a seguir os seus conselhos, existem cada vez mais mulheres solteiras e mais homossexuais em Portugal. O que ninguém pode negar é que Margarida Rebelo Pinto tem todo o valor para aparecer numa revista masculina, mas nunca como autora de artigos. Actualmente, os seus textos encontram-se traduzidos em Espanha, Brasil, Bélgica ou Lituânia, sendo que é neste último, o local onde mais vendas atingiu, muito por se tratar do país que possui o maior número de casas com lareiras e mesas de café mancas. Por cá, aguarda-se a todo o momento o lançamento de um novo livro e de um filme. Aqui, temos de dar a mão à palmatória e reconhecer que já era altura de Margarida tentar a sua sorte no mundo do Cinema. Não é que daí se espere a salvação da arte em Portugal, mas que diabo, se a Leonor Pinhão pode...
Margarida Rebelo Pinto é ainda conhecida pela facilidade com que abre processos na Justiça contra todos aqueles que de alguma forma sujam o seu nome. Daí que não seja descabido pensar que este momento a que assistiram não é humor, é apenas uma tremenda irresponsabilidade.
RSC