terça-feira, 6 de maio de 2008

Não ter memória

É ir à galp, pagar e ir embora sem meter gasolina.É ficar três horas à procura das chaves de casa e encontrá-las, outras três mais tarde, dentro do sal grosso.É perguntar a um amigo, no sábado à noite, se ele vai lá casa ver a segunda-mão da liga dos campeões. È escrever ás vezes com os acentos ao contràrio.É ligar a pessoas que estão no cemitério dos prazeres a pedir umas socas de volta. É ter uma reunião de meia-hora na Aston Martin quando só se tem uma conta de dois zeros. É comprar plantas e perceber que para além não termos sítio para as pôr também nunca gostamos de plantas nem de felicidade. É ter um lembrete no telemóvel a dizer Ruth Rita. É acordar ressacado, olhar para o lado e reparar que na cama está um livro da Susana Tamaro. É chegar-se ao buraco 6 e perceber que não se vinha para jogar golfe, mas para ver uma casa ao pé do campo.É ir votar e estar em Portugal. É sonhar com uma casa no campo e ser-se daltónico.É esquecermos a última coisa que íamos dizer.
SM