segunda-feira, 18 de junho de 2007

Destino: Amsterdão - A minha primeira crónica de viagem III

A manhã, praticamente começa dentro de um Museu de Diamantes, no exterior da cidade. Penso em trazer um anel, mas depois lembro-me que as mulheres dizem que preferem amor e compreensão e compro um relógio para mim.

Certas normas e costumes holandeses vão chegando ao meu conhecimento. A utilização das casas de banho, só a troco de 40 cêntimos. Aqui, mais do que nunca, a incontinência paga-se caro.
Entretanto, não posso deixar de reparar num estranho hábito: mais que as fotografias, voltou a moda dos filmes de férias. De forma desinteressada, olho para os turistas que simpaticamente registam tudo o que podem com uma câmara de filmar. Tenho pena deles, mas mais ainda dos familiares e amigos próximos.

A noite marca o regresso à zona do Mundo com mais turistas e menos souvenirs para comprar: Red Light District. Minto: alguns trazem lembranças desta parte da cidade, mas só o sabem alguns meses mais tarde, por intermédio de um médico.

Não consigo parar de pensar que estas ruas são como gigantescas montras de lojas de animais. No entanto, aqui é permitido bater no vidro. Sinto-me tentado, mas gosto que as mulheres se interessem por mim pelo aquilo que eu sou. E, não sei porquê, não consigo sentir que seja esse o caso.
Existe ainda a questão dos relacionamentos de uma noite, de que não sou fã. Eu sei que se a paixão apertasse, podia fazer um esforço e trazer uma delas para Lisboa, mas prometi a mim mesmo, que montar um apartamento de 1+1 assoalhadas nas Mercês, só com uma rapariga especial.
É costume perguntarem-me quando regresso de cada viagem, se fui para a cama com alguma mulher. Normalmente respondo que não, mas porque não quis. Em Amsterdão, essa frase torna-se mais verdadeira que nunca.

Chego a Lisboa com uma pontinha de tristeza. A noite aqui, afinal não é assim tão animada. Pedem a minha companhia para ir às compras. Nego educadamente. Depois de dias a ver montras com mulheres sem roupa, vai demorar algum tempo até eu conseguir encarar uma montra sem mulheres, mas com roupa.
Rui "Cadilhe" Cordes